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CIDADÃO DA NATUREZA
Eita cidadão da natureza!,
sabendo ler as marchas das substâncias umas nas outras,
ensinando as leis as quem venha à janela,
distribuindo milagres pelos bolsos das coisas, das árvores, animais e pessoas.
Atribuído de vestir luzes, aurora qualquer parte de nós que se mostre em paz.
Divulga as legendas do céu, explica os desafinados, mostra ferramentas para concertar em silêncio.
Aprende nas árvores e na subida do anjo.
Está desenhado por mãos de menino.
Tem olhos como duas estrelas avistadas entre os ramos altos à noite e às vezes com a acção do vento as estrelas piscando de ser interrompidas pelos ramos.
Tem soluções como personagens misteriosas, graves e coloridas aparecendo pelos recantos do parque.
Acontece sempre hoje.
Cidadão do mato, sabendo dos barcos no mar, dizendo alto as estrelas para elas não caírem e amando a razão oca e giratória de tudo.
Amigando-se de formas lentas, dorme em tecidos antecipados, bem em tendas de é, esticados com paus de pode mesmo.
Maravilhado dos momentos, ferve água com os olhos e vê pelas mãos e pelos ouvidos.
Sobretudo trás cadeiras da escola na pasta e fica ensinando por aí as nossas meninices a treparem à árvore mágica da nossa coluna.
Tem um espantoso sentido de recipientes e só serve natureza já pronta a sentir.
Nunca disse demasiado, exagerou nas levezas mas compensou com desafios truculentos.
Foi cônsul honorário da perdoária, exilado uma vez na mentirinha, regressou para ocupar o posto da transformação.
Tem um currículo invejável de dois olhos com paisagem, duas mãos abrindo e fechando, vinte dedos dedicados e um nariz com especialidades, com direito a amor no peito lido e falado em português.
Está estudando para dispersador de nuvens e matriculou-se na universidade daqui mesmo.
Fica conversando com os atacadores e convence-os a apenas se amarrarem a si mesmos.
Chega todo o lado embrulhado em imagens de felicidade quase comestíveis.
Compõe para orquestras de cabelos, gosta especialmente de deixar amantes tocando sem pauta.
Nas cidades costuma ser confundido com o fim da rua.
Está em paz como uma estrela sente.
Salve cidadão da atmosfera, com a sua literacia verdejante e seus desejos de folhas de todas as formas,
com as suas hastes de alegria estruturada
e a sua capacidade de ensinar o mundo recorrendo apenas a bandeiras coloridas colocadas nos locais certos,
com a sua caravana de auto-conhecimento e sabedoria simpática,
com a sua bola de futebol que espalha golos por todas as normalidades.
Salve aquele que só existe nas palavras,
e que só é verdade quando não se pensa.
Salve aquele que é companhia na ilusão e furo no meio da pintura que permite espreitar o descampado do lado de lá.
Salve quem se deita comigo por dentro de mim e contigo por dentro de ti e em silêncio por dentro de qualquer ideia e está presente em tudo o que desperta.
Salve essa palavra, salve essa pessoa, essa intimidade de cada mata consigo, de cada ser com ser nada, de cada barro com as mãos, de cada aluno com a lua.
Eita cidadão da natureza!,
sabendo ler as marchas das substâncias umas nas outras,
ensinando as leis as quem venha à janela,
distribuindo milagres pelos bolsos das coisas, das árvores, animais e pessoas.
Atribuído de vestir luzes, aurora qualquer parte de nós que se mostre em paz.
Divulga as legendas do céu, explica os desafinados, mostra ferramentas para concertar em silêncio.
Aprende nas árvores e na subida do anjo.
Está desenhado por mãos de menino.
Tem olhos como duas estrelas avistadas entre os ramos altos à noite e às vezes com a acção do vento as estrelas piscando de ser interrompidas pelos ramos.
Tem soluções como personagens misteriosas, graves e coloridas aparecendo pelos recantos do parque.
Acontece sempre hoje.
Cidadão do mato, sabendo dos barcos no mar, dizendo alto as estrelas para elas não caírem e amando a razão oca e giratória de tudo.
Amigando-se de formas lentas, dorme em tecidos antecipados, bem em tendas de é, esticados com paus de pode mesmo.
Maravilhado dos momentos, ferve água com os olhos e vê pelas mãos e pelos ouvidos.
Sobretudo trás cadeiras da escola na pasta e fica ensinando por aí as nossas meninices a treparem à árvore mágica da nossa coluna.
Tem um espantoso sentido de recipientes e só serve natureza já pronta a sentir.
Nunca disse demasiado, exagerou nas levezas mas compensou com desafios truculentos.
Foi cônsul honorário da perdoária, exilado uma vez na mentirinha, regressou para ocupar o posto da transformação.
Tem um currículo invejável de dois olhos com paisagem, duas mãos abrindo e fechando, vinte dedos dedicados e um nariz com especialidades, com direito a amor no peito lido e falado em português.
Está estudando para dispersador de nuvens e matriculou-se na universidade daqui mesmo.
Fica conversando com os atacadores e convence-os a apenas se amarrarem a si mesmos.
Chega todo o lado embrulhado em imagens de felicidade quase comestíveis.
Compõe para orquestras de cabelos, gosta especialmente de deixar amantes tocando sem pauta.
Nas cidades costuma ser confundido com o fim da rua.
Está em paz como uma estrela sente.
Salve cidadão da atmosfera, com a sua literacia verdejante e seus desejos de folhas de todas as formas,
com as suas hastes de alegria estruturada
e a sua capacidade de ensinar o mundo recorrendo apenas a bandeiras coloridas colocadas nos locais certos,
com a sua caravana de auto-conhecimento e sabedoria simpática,
com a sua bola de futebol que espalha golos por todas as normalidades.
Salve aquele que só existe nas palavras,
e que só é verdade quando não se pensa.
Salve aquele que é companhia na ilusão e furo no meio da pintura que permite espreitar o descampado do lado de lá.
Salve quem se deita comigo por dentro de mim e contigo por dentro de ti e em silêncio por dentro de qualquer ideia e está presente em tudo o que desperta.
Salve essa palavra, salve essa pessoa, essa intimidade de cada mata consigo, de cada ser com ser nada, de cada barro com as mãos, de cada aluno com a lua.
FLOR-FOGUETE
Lembra no céu a forma abobadada da alegria,
a saia exaltadamente batendo em retirada para o amor entrar.
Se oferece ao azul, o noivo infinito,
vai subindo para tudo, de abraços para quem chegar cheirando vendo tocando e comendo, sabendo.
Tem seus segredos escondidos do lado de fora,
e sons sagrados exalados de dentro como convites com formas de insectos muito particulares.
Aproveita os insectos para enviar publicidade do amor.
Tem a raiz dentro de abismos que são a mãe do foguete, uma imagem na água que antecede o original reflectido. O início é mais lento que a luz e faz amor com ela, convidando-a assim a entrar no mundo.
Suas vizinhas são ela própria e o espantoso sinal de sim,
que apontando para todos os lados ao mesmo tempo perde os visitantes no jardim e os deixa a sós no coração.
Quando chora nasce de novo, pois não sabe voltar a casa e brota ali mesmo.
Ela são metáforas fazendo amor umas com as outras.
Ela ouve a morte ao centro da festa da roda de ciranda, como uma pupila negra rodeada de uma íris em permanente mutação de cores; olhando como um convite, com a certeza de que morrer, como um raio de luz a entrar no corpo para ser visto, é apenas ser sabido pelo outro lado da vida.
Intuição que sobe, como um enorme alto do manto colorido ao centro do leito dos amantes.
Nasce nos campos perto de onde se cante. Como as outras plantas têm uma inteligência para a água ela tem para o som.
Cantando cura o mundo, e sua flor estoura nos ares e nas raízes como o amor no peito e nas vísceras.
A sua subida é um foguete em cama lenta, fazendo amor com tudo pelo caminho, desde o início dos zeros do tempo. A sua flor subindo é um foguete do século passado que só tenha florido neste, é uma sabedoria antiga que os velhos de entre os velhos te dão a beber das suas próprias mão nodosas de tanto plantio, soco e carícia.
Lembra no céu a forma abobadada da alegria,
a saia exaltadamente batendo em retirada sobre a cabeça para o amor entrar.
se oferece ao azul, o noivo infinito.
Quando uma mulher ama, é a paisagem parindo mais paisagem,
e a sua personalidade permanece apenas enquanto leve perfume de sim! pousando como vapor à luz do poente sobre espinhos, aberturas, exuberâncias, fomes, lábios, olhos, cabelos, confusos amorosos, todos os nós enrolados e leves.
Começa muito antes de si e acaba muito depois de sempre.
Ela é o mundo sem medo de se unir e cuidando de uma criança pequena.
Ela nasce até do espirro querido de uma anciã.
Tem inúmeros vestidos de todas as cores e padrões, e usa-os a todos sobretudo pelo prazer de tirá-los.
A sua voz abre as outras flores ao meio e mostra às pedras que elas estão morando no espaço.
Esta flor é o foguete da festa de se poder existir na terra.
Os festeiros são os nossos antepassados e os nossos sonhos de filhos.
A galope nas formigas, assistimos a tudo isto em vários canteiros.
Povo cada vez mais pequeno,
oramos segundo a religião que diz que cada rebento começa o tempo.
Minusculamos também nos costados das trupes de insectos que levam esta rebentância às outras plantas,
ficando completamente bêbadas de buuum!
A sua semente tem a forma da lua e do sol quando se sobrepõem.
Adora morrer para alimentar outros.
A festa começa quando tu chegas a ti, desapareces e fica esta flor.
É o orgasmo da terra, é feita de serpentinas jorrando dos carnavais vividos por todos os que já foram.
Nasce da junção com cola forte das pecinhas soltas dos brinquedos das crianças dos últimos dez séculos. e, quando é assim, acaba sendo natal despedaçando-se em todas as direcções.
O seu contorno é exactamente a silhueta do encaixe dos sexos, e nos manuais o desenho dela fica parecendo um vulcãozinho de lápis de cor.
Lembra no céu a forma abobadada da alegria,
a saia exaltadamente batendo em retirada sobre a cabeça.
Se oferece ao azul, noivo infinito.
Ela reencarna sempre no mesmo sítio e com ela a chatice nunca tem sorte.
Ela só assombra quem precisa de sombra, inspira quem precisa de respirar e ilumina quem está debaixo do sol.
É um milagre perfeitamente óbvio.
É fogo vegetal, e em torno dela é simultaneamente dia e noite.
Abala o espaço com as suas erupções de delicadeza.
É o festejo da terra, o abismo colorido de outrar-se, religião das crianças e dos encantadores de sementes. Acaba com a monocultura de tempo para instaurar a presença, o ritual do carinho surpreendente e as plantações de afecto firme e biológico.
É o mistério substancial e de saia rodada. é o jubilo natural dos que se dedicam e cuidam. É a manifestação da certeza que a terra é desafio e festa, trabalho e ciranda, abismo revelador, viagem enraizada, mudança constante do presente claro explosivo perfumoso e comestível.
Lembra no céu a forma abobadada da alegria,
a saia exaltadamente batendo em retirada para o amor entrar.
Se oferece ao azul, o noivo infinito,
vai subindo para tudo, de abraços para quem chegar cheirando vendo tocando e comendo, sabendo.
Tem seus segredos escondidos do lado de fora,
e sons sagrados exalados de dentro como convites com formas de insectos muito particulares.
Aproveita os insectos para enviar publicidade do amor.
Tem a raiz dentro de abismos que são a mãe do foguete, uma imagem na água que antecede o original reflectido. O início é mais lento que a luz e faz amor com ela, convidando-a assim a entrar no mundo.
Suas vizinhas são ela própria e o espantoso sinal de sim,
que apontando para todos os lados ao mesmo tempo perde os visitantes no jardim e os deixa a sós no coração.
Quando chora nasce de novo, pois não sabe voltar a casa e brota ali mesmo.
Ela são metáforas fazendo amor umas com as outras.
Ela ouve a morte ao centro da festa da roda de ciranda, como uma pupila negra rodeada de uma íris em permanente mutação de cores; olhando como um convite, com a certeza de que morrer, como um raio de luz a entrar no corpo para ser visto, é apenas ser sabido pelo outro lado da vida.
Intuição que sobe, como um enorme alto do manto colorido ao centro do leito dos amantes.
Nasce nos campos perto de onde se cante. Como as outras plantas têm uma inteligência para a água ela tem para o som.
Cantando cura o mundo, e sua flor estoura nos ares e nas raízes como o amor no peito e nas vísceras.
A sua subida é um foguete em cama lenta, fazendo amor com tudo pelo caminho, desde o início dos zeros do tempo. A sua flor subindo é um foguete do século passado que só tenha florido neste, é uma sabedoria antiga que os velhos de entre os velhos te dão a beber das suas próprias mão nodosas de tanto plantio, soco e carícia.
Lembra no céu a forma abobadada da alegria,
a saia exaltadamente batendo em retirada sobre a cabeça para o amor entrar.
se oferece ao azul, o noivo infinito.
Quando uma mulher ama, é a paisagem parindo mais paisagem,
e a sua personalidade permanece apenas enquanto leve perfume de sim! pousando como vapor à luz do poente sobre espinhos, aberturas, exuberâncias, fomes, lábios, olhos, cabelos, confusos amorosos, todos os nós enrolados e leves.
Começa muito antes de si e acaba muito depois de sempre.
Ela é o mundo sem medo de se unir e cuidando de uma criança pequena.
Ela nasce até do espirro querido de uma anciã.
Tem inúmeros vestidos de todas as cores e padrões, e usa-os a todos sobretudo pelo prazer de tirá-los.
A sua voz abre as outras flores ao meio e mostra às pedras que elas estão morando no espaço.
Esta flor é o foguete da festa de se poder existir na terra.
Os festeiros são os nossos antepassados e os nossos sonhos de filhos.
A galope nas formigas, assistimos a tudo isto em vários canteiros.
Povo cada vez mais pequeno,
oramos segundo a religião que diz que cada rebento começa o tempo.
Minusculamos também nos costados das trupes de insectos que levam esta rebentância às outras plantas,
ficando completamente bêbadas de buuum!
A sua semente tem a forma da lua e do sol quando se sobrepõem.
Adora morrer para alimentar outros.
A festa começa quando tu chegas a ti, desapareces e fica esta flor.
É o orgasmo da terra, é feita de serpentinas jorrando dos carnavais vividos por todos os que já foram.
Nasce da junção com cola forte das pecinhas soltas dos brinquedos das crianças dos últimos dez séculos. e, quando é assim, acaba sendo natal despedaçando-se em todas as direcções.
O seu contorno é exactamente a silhueta do encaixe dos sexos, e nos manuais o desenho dela fica parecendo um vulcãozinho de lápis de cor.
Lembra no céu a forma abobadada da alegria,
a saia exaltadamente batendo em retirada sobre a cabeça.
Se oferece ao azul, noivo infinito.
Ela reencarna sempre no mesmo sítio e com ela a chatice nunca tem sorte.
Ela só assombra quem precisa de sombra, inspira quem precisa de respirar e ilumina quem está debaixo do sol.
É um milagre perfeitamente óbvio.
É fogo vegetal, e em torno dela é simultaneamente dia e noite.
Abala o espaço com as suas erupções de delicadeza.
É o festejo da terra, o abismo colorido de outrar-se, religião das crianças e dos encantadores de sementes. Acaba com a monocultura de tempo para instaurar a presença, o ritual do carinho surpreendente e as plantações de afecto firme e biológico.
É o mistério substancial e de saia rodada. é o jubilo natural dos que se dedicam e cuidam. É a manifestação da certeza que a terra é desafio e festa, trabalho e ciranda, abismo revelador, viagem enraizada, mudança constante do presente claro explosivo perfumoso e comestível.