desenho livre
Durante duas semanas, três a quatro horas por dia, sentei-me a uma mesa na galeria dos Espaços do Desenho (Lisboa), disponibilizando o seu serviço enquanto executor de todo o tipo de imagens através do desenho. Foi anunciada publicamente a minha disponibilidade para naquele espaço e tempo materializar toda e qualquer imagem que os visitantes me pedissem. Não guardaria registo dela e a entrega-la-ia imediata e gratuitamente à pessoa que ma pediu. Qualquer tipologia de marcas sobre uma superfície de papel (desenho em sentido clássico, desenho de projecto, ilustração, desenho abstracto, etc) seria e foi aceite sem reservas. Todas as perguntas que fiz durante a realização dos desenhos foram no sentido de perceber o melhor possível o desejo da pessoa.
Na conferência de apresentação dos resultados do projecto, li em voz alta tudo aquilo que me foi pedido durante as duas semanas. Cito aqui alguns exemplos (apenas a ideia geral): "Um jardim com coisas enterradas e semi-enterradas"; "Dizer que sim à vida em Cracóvia"; "Um retrato de nós os dois enquanto casal aristocrático, com um galgo de loiça ao lado"; "O sol do Alentejo".
Para a conferência, convidei também uma das pessoas para quem tinha desenhado. Em conversa com ela, reconstituímos para a plateia o processo de evolução do desenho e as percepções que dele fomos tendo.
Para a conferência, convidei também uma das pessoas para quem tinha desenhado. Em conversa com ela, reconstituímos para a plateia o processo de evolução do desenho e as percepções que dele fomos tendo.
fotografias: Teresa Carneiro