performances sonoras
Performances em palco ou contexto expositivo feitas a solo/grupo em relação direta com as pinturas.
Várias destas performances são a ativação sonora das próprias pinturas, tomando-as como partitura. Neste caso, pertencem à série de performances Pinturas Cantadas. Frequentemente são também utilizadas máquinas de música e instrumentos. Desde os rolos cantados dos Chitrakar Indianos até aos Cantastoria Sicilianos, a árvore genealógica dos cantores de pinturas é estranha mas longa. E continua.
Os Amigos da Biblioteca de Machico, encabeçados pelo Ministro da Educação e Cultura do Vaticano (Cardeal José Tolentino Mendonça) convidaram-me a fazer uma peça para a entrada da sua biblioteca na Ilha da Madeira, onde cresci. Emanuel Gaspar foi o curador e o artista Miguel Ângelo Rocha foi também convidado a criar a sua própria peça para esse espaço. A 26 de Dezembro de 2022, estreou a pintura o homem de madeira. Fiz uma performance de Pintura Cantada dessa pintura. Este pequeno vídeo dessa performance termina com o texto que cita uma bela canção de Fausto Bordalo Dias chamada "A guerra é a guerra". O seu refrão lê-se:
"Salto no escuro
Com os dentes trago a faca
E nos meus olhos coloridos, juro:
Vem ver o fogo no mar
E os peixes a arder
Ò Ana vem ver
Ò Ana vem ver
Ò Ana vem ver"
Esta pintura relaciona-se com uma prática secular local de avisar as aldeias vizinhas da aproximação de piratas através da criação de grandes fogueiras no topo de colinas. Ao longo dos tempos, sendo Machico historicamente uma zona de pescadores católicos, estas fogueiras fundiram-se com uma celebração católica realizada em finais de Agosto. Num dia específico, ao anoitecer, imagens em grande escala de barcos, peixes e símbolos católicos são iluminadas e devoradas pelo fogo nas grandes colinas que rodeiam a cidade. Cada desenho em chamas, feito de bolas de trapo mergulhadas em óleo montadas em estruturas de madeira e metal, é o trabalho de um bairro específico. Um desses grupos está encarregado de acender com fogo um antigo caminho em ziguezague que sobe as colinas. No final, todos eles vêm correndo pelas encostas até ao centro da baía para observar o vale rodeado de imagens em chamas e para dar um mergulho no oceano.
Lavagem Noturna - performance a quatro vozes, 2023
performance com Mariana Alves, Sofia Frutuoso e Vanessa Spencer.
Apresentada ao vivo no dia 10 de novembro na galeria Monitor Lisbon (no âmbito da minha exposição individual O Animal e as Roupas) como parte do Lisbon Art Weekend 2023.
Uma grande parte de uma pintura acrílica sem suporte feita no vidro da montra da galeria foi arrancada, manipulada, repartida e oferecida ao público. Durante tudo isto, o trabalho a quatro vozes era feito com intencionalidade ligada ao título da performance.
No XIV EIMMN em Montemor-o-Novo, organizado pela Alma d’Arame (2022), fiz um concerto-performance de raíz a partir das pinturas e músicas que emanaram de histórias de vida que foram partilhadas comigo. Este espetáculo, integralmente legendado em Inglês, teve a assistência de criação e co-interpretação de Maria Petersen e desenho de luz de Nuno Borda d’Água. Este é o teaser do concerto-performance.
Projecto feito o apoio de: Fundação Calouste Gulbenkian, Binaural-Nodar, CAPC, PENHA SCO, A Música Portuguesa a Gostar Dela Própria, Alma d'Arame e Casa B - Associação Cultural
Performance na exposição individual fallen temple, unbreakable spirit, Monitor Roma, 2022
fotografias: Marta Salazar, Bruno Lopes, Giorgio Benni, Inês Sambas