contato
|
sobre o trabalho
Sou o Daniel V. Melim.* Nasci em Coimbra em 1982 e cresci no Funchal, ilha da Madeira. Vivo e trabalho em Lisboa.
As imagens que faço vêm de um interesse por coisas antigas, por coisas da terra. Estou interessado em como é que processos e presenças ancestrais podem nutrir a nossa vida e desafios hoje, sem nostalgias nem idealismos.
Creio na função mágica da Arte. Creio numa magia fundada nas relações, no coletivo e na verdade idiossincrática de cada um. Creio na necessidade de habitar de maneira viva os inúmeros paradoxos deste mundo. Creio numa magia que não seja escapista.
Creio numa Arte comprometida com o momento presente. Até certo ponto creio mesmo numa Arte útil, que esteja de um modo simultaneamente generoso e exigente ao serviço do tecido social onde me insiro. Não creio em Arte oculta em jargão intelectual, nem tampouco creio em Arte fácil de "entender". Apesar de tudo, não creio numa Arte que esteja à mercê da reação constante àqueles que podem ser chamados de “temas urgentes da contemporaneidade.” E contudo, repito, não creio numa Arte escapista.
Vindo de um contexto privilegiado Ocidental, masculino, branco e heteronormativo de classe média, tento que a minha Arte seja Feminista. Ou que pelo menos a minha voz e presença não bloqueiem demasiado o caminho daqueles para quem a luta contra a injustiça é constante e ardente.
A minha criação primeira foram as pinturas. Expandi-as depois para projetos relacionais em que a imagem é gerada em interação direta com outras pessoas, abraçando a sua energia e história de vida. Num terceiro momento, veio o som (palavras e música). Nunca abandonei as pinturas, antes tenho tentado que a vocação universal humana e não-fragmentária da criação se mantenha sempre, não me aprisionando numa auto-imagem estática de “pintor”. A vibração sonora e as palavras apontam para o mesmo lugar de onde as imagens emanam. A pintura e o som intentam abraçar este mundo humano, contribuir para a sua cura de maneira presente. Sem ser otimista mas muito menos sendo pessimista. Continuo à procura, dentro e fora de galerias, de uma Arte rente às pessoas e aos processos de transformação pelos quais os nossos corações sincera e nuamente anseiam.
A minha responsabilidade para com o momento presente é sobretudo energética: responsabilidade para com os espaços, afetos e dinâmicas que as minhas criações põem parcialmente em marcha. Fazer a minha parte, divertir-me, colocar no mundo coisas em que acredito, irritar alguns outros q.b, serrar aos pouquinhos uma das pernas da mesa da sociedade da ganância e competição constantes. Inspirar-me a mim próprio e a alguns outros para que os dias possam continuar com sabor e algum tipo de sentido íntimo e maior de cada um de nós. Um sentido mutável que se sinta mesmo.
( * tive de acrescentar o V. do meu nome do meio, para haver um mínimo de distinção entre mim e um pintor Brasileiro que tem os mesmos primeiro e último nomes que eu. Ele tem muitas obras nas ruas de São Paulo, a maior cidade da América Latina, por isso se pesquisarem Daniel Melim no Google Images é bem provável que encontrem sobretudo trabalhos dele)
As imagens que faço vêm de um interesse por coisas antigas, por coisas da terra. Estou interessado em como é que processos e presenças ancestrais podem nutrir a nossa vida e desafios hoje, sem nostalgias nem idealismos.
Creio na função mágica da Arte. Creio numa magia fundada nas relações, no coletivo e na verdade idiossincrática de cada um. Creio na necessidade de habitar de maneira viva os inúmeros paradoxos deste mundo. Creio numa magia que não seja escapista.
Creio numa Arte comprometida com o momento presente. Até certo ponto creio mesmo numa Arte útil, que esteja de um modo simultaneamente generoso e exigente ao serviço do tecido social onde me insiro. Não creio em Arte oculta em jargão intelectual, nem tampouco creio em Arte fácil de "entender". Apesar de tudo, não creio numa Arte que esteja à mercê da reação constante àqueles que podem ser chamados de “temas urgentes da contemporaneidade.” E contudo, repito, não creio numa Arte escapista.
Vindo de um contexto privilegiado Ocidental, masculino, branco e heteronormativo de classe média, tento que a minha Arte seja Feminista. Ou que pelo menos a minha voz e presença não bloqueiem demasiado o caminho daqueles para quem a luta contra a injustiça é constante e ardente.
A minha criação primeira foram as pinturas. Expandi-as depois para projetos relacionais em que a imagem é gerada em interação direta com outras pessoas, abraçando a sua energia e história de vida. Num terceiro momento, veio o som (palavras e música). Nunca abandonei as pinturas, antes tenho tentado que a vocação universal humana e não-fragmentária da criação se mantenha sempre, não me aprisionando numa auto-imagem estática de “pintor”. A vibração sonora e as palavras apontam para o mesmo lugar de onde as imagens emanam. A pintura e o som intentam abraçar este mundo humano, contribuir para a sua cura de maneira presente. Sem ser otimista mas muito menos sendo pessimista. Continuo à procura, dentro e fora de galerias, de uma Arte rente às pessoas e aos processos de transformação pelos quais os nossos corações sincera e nuamente anseiam.
A minha responsabilidade para com o momento presente é sobretudo energética: responsabilidade para com os espaços, afetos e dinâmicas que as minhas criações põem parcialmente em marcha. Fazer a minha parte, divertir-me, colocar no mundo coisas em que acredito, irritar alguns outros q.b, serrar aos pouquinhos uma das pernas da mesa da sociedade da ganância e competição constantes. Inspirar-me a mim próprio e a alguns outros para que os dias possam continuar com sabor e algum tipo de sentido íntimo e maior de cada um de nós. Um sentido mutável que se sinta mesmo.
( * tive de acrescentar o V. do meu nome do meio, para haver um mínimo de distinção entre mim e um pintor Brasileiro que tem os mesmos primeiro e último nomes que eu. Ele tem muitas obras nas ruas de São Paulo, a maior cidade da América Latina, por isso se pesquisarem Daniel Melim no Google Images é bem provável que encontrem sobretudo trabalhos dele)
exposições, performances e projetos relacionais (seleção)
2023
–Retratos Cantados, Centro de Arte Contemporânea de Coimbra
–O Animal e As Roupas (exposição individual), Monitor Lisbon
–Prémio Amadeo de Souza-Cardoso, Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso, Amarante
–Group show with Thomas Braida, Lucia Cantò, Matteo Fato, Oscar Giaconia, Eugénia Mussa e Nicola Samorì), Monitor, Artissima - International Fair of Contemporary Art, Torino, Itálía
–HOUSEWARMING, Monitor Lisboa
–Pose, comissariado por José Maças de Carvalho, CACC - Centro de Arte Contemporânea de Coimbra
2022
–perfomance e pintura o homem de madeira, Biblioteca Municipal de Machico. Curadoria: José Tolentino Mendonça e Emanuel Gaspar
–broken temple, unbreakable spirit (exp. individual), Galeria Monitor Roma
–performance pinturas cantadas (com Maria Petersen), XIV Encontro Intenacional de Marionetas de Montemor-o-Novo. apoio: Fundação Calouste Gulbenkian
–projeto relacional pinturas cantadas, Festival Verão Azul, Loulé. apoio: Fundação Calouste Gulbenkian
- enciclopédia de práticas poéticas II - Penha SCO, Lisboa. Apoio República Portuguesa, DGArtes-Ministério da Cultura
- Entre as palavras e os silêncios - coleção Norlinda e José Lima, Centro de Artes Oliva, S. João da Madeira
2021
– Entre as palavras e os silêncios - coleção Norlinda e José Lima, Centro Cultural de Cascais
– Coletiva de pintura (Galeria Monitor), Artissima – International Fair of Contemporary Art, Torino, Itálía
– Coletiva de pintura (Galeria Monitor), Arte Verona, Itália
– performance Centro Cultural do Carro, com Tiago Gandra (Galeria Ambulante). Apoio República Portuguesa, DGArtes-Ministério da Cultura. Festival Paragem, Festival Verão Azul
– residência e performance pinturas cantadas, Castro Daire, apoio: Fundação Calouste Gulbenkian,
Binaural de Nodar, Música Portuguesa a Gostar Dela Própria, Círculo de Artes Plásticas de Coimbra
2020
–sete-estrelo (exp. individual), Monitor Lisbon
–Creative (un)makings: disruptions in art/archaeology, MIEC - Museu Internacional de Escultura
Contemporânea, Santo Tirso
– performance Ali Bábá e os Ladrões da Quarentena, festival online Quarentena
2019
– O Som e a Memória, workshop semanal sobre relação entre o corpo e as memórias sonoras, orientado
na Anozero – Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra
– performance puxada/gambiarra, na inauguração da Anozero – Bienal de Arte Contemporânea de
Coimbra, Mosteiro de Santa-Clara-a-Nova
– performance nós desta árvore (com Mariana Camacho), Capela de S. Luiz - Museu de Arte Sacra do
Funchal, com a colaboração de Rodrigo Camacho e Sara Rodrigues
–Anozero – Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra. (exp. individual) curadoria: Agnaldo Farias.
curadoria-adjunta: Lígia Afonso e Nuno Brito da Rocha–
–Ilhéstico – um roteiro de arte contemporânea para a cidade do Funchal. Porta 33. curadoria: Miguel
Von Hafe Pérez.
–Em viagem, Quinta Magnólia - Centro Cultural, Funchal. curadoria: Márcia de Sousa e Rita Rodrigues
2018
–o mágico e o eremita (exp. individual), Travessa da Ermida, Lisboa
–Histórias do Tarot, edição de baralho de Tarot em serigrafia colorida à mão
2017
–chão de orações (exp. individual), Porta 33, Funchal, ilha da Madeira. curadoria: Nuno Faria
–imagens para abrir espaço - imagens e rituais para iluminar desafios, Porta 33, Funchal, ilha da
Madeira
–Pinturas (com António Melo e Martinho Costa), Galeria Monumental, Lisboa
2016
–chão de orações (exp. individual), MUDAS- Museu de Arte Contemporânea da Madeira (publicação)
–Só Cabeças, Museu de Arte Moderna da Bahia, Salvador, Bahia
–Pintura para poster do ciclo de cinema Kosmos und Alptraum (retrospectiva do realizador filipino
Kidlat Tahimik), Cinema Arsenal, Berlin
2015
–boa morte, Galeria Luiz Fernando Landeiro (exp. individual), Salvador, Bahia
–Pintura para poster do filme Montanha, de João Salaviza (vencedor do Antigone d’Or – Festival de
Cinema de Montpellier)
–imagens para o encarte do álbum Encantações, de Renata Rosa. Edição de autor (Brasil) e editora
Hélico (França)
–Imagens para pessoas, Salmon Youth Center, Londres
–Retratos Populares!, Hangar, Lisboa2014
–Avenida Intendente, Rua do Benformoso, Lisboa. curadoria: Ateliê Artéria.
–Aberto a mais de um criador, The Field New Cross, Londres
–Desenhos para Pessoas, Poço d’Ideias, Lisboa
–Aberto a mais de um criador, The Field New Cross, Londres
–Desenhos para Pessoas, Poço d’Ideias, Lisboa
2013
–Residência artística no Instituto Sacatar, Bahia, Brasil
–Seguindo a Luz Central, Galeria Mercedes Viegas, Rio de Janeiro
2012
–pintura, Galeria Nuno Centeno (exp. individual), Porto
–o som (com Cristina Lamas e Joana Escoval), Museu Nogueira da Silva, Braga
–presença no mundo (com Pedro Kogen/Pierre Cendres), Galeria dos Prazeres, ilha da Madeira
–Pintura mural (com Rigo 23 e a comunidade da Ribeira Seca), ilha da Madeira
–Tesouros à Procura de Mapas – desenho para pessoas em recuperação (com a psicóloga e
investigadora Rita Tojal), Cascais e Lisboa
2011
–Pintura e Desenho, Galeria Mercedes Viegas (exp. individual), Rio de Janeiro
–Pintura, Módulo – Centro Difusor de Arte (exp. individual), Lisboa
–Prémio Fidelidade Mundial Jovens Pintores, Chiado 8, Lisboa (catálogo). Júri: Miguel Wandschneider,
Leonor Nazaré , Miguel Lobo Antunes.
–Galeria de Arte Ambulante (com Tiago Gandra), Feira da Ladra, Lisboa
–Desenho mural no auditório do Oceanário de Lisboa
2010
–Interferências- Mostra Pública de Arte , Espaços do Desenho, Lisboa
–Mono – A Propósito do Grupo GICAPC/CORES, C.A.P.C., Coimbra
–Colectiva 10, Galeria Mercedes Viegas, Rio de Janeiro, Brasil
–Residência Home and Abroad (Triangle Arts Trust), Sintra (catálogo)
–Residência no Festival Intermitências, Espaços do Desenho e Metro de Lisboa
2009
–Ginguba, Módulo – Centro Difusor de Arte Lisboa / Quase Galeria, Porto (exp. individual)
2008
–Amor, Módulo – Centro Difusor de Arte (exp. individual), Lisboa
–Atlas Projecto de Desenho, Fundação Carmona e Costa, Lisboa
–Atlas Mural nro.1, Proxecto-Edición 2008, Pazo da Cultura de Pontevedra, Espanha (catálogo)
–Projecto no Atlas – Projecto de Desenho, Atlas Projectos, Lisboa (edição)
2007
–Prémio EDP Novos Artistas 2007 , Central do Freixo, Porto (catálogo). Júri: Delfim Sardo, João
Pinharanda, Nuno Crespo
–Desenhos Murais, Fábrica Features (exp. individual), Lisboa
2006
–Por a Casa, Módulo – Centro Difusor de Arte (exp. individual), Lisboa
prémios e nomeações
2014 – shortlister dos 100 Painters of Tomorrow – projecto Thames & Hudson e Beers London, Reino Unido. Júri: Kurt Beers, Cecily Brown, Tony Godfrey, Yuko Hasegawa, Suzanne Hudson, Jacky Klein, Gregor Muir, Valeria Napoleone, Barry Schwabsky, Philip Tinari
2011 – vencedor do Prémio Fidelidade Mundial Jovens Pintores. Júri: Miguel Wandschneider, João Queiroz, Leonor Nazaré, Miguel Lobo Antunes
2007 – finalista do Prémio EDP Novos Artistas. Júri: Delfim Sardo, João Pinharanda, Nuno Crespo