sobre madeira e tela
o homem de madeira
Os Amigos da Biblioteca de Machico, encabeçados pelo Cardeal José Tolentino Mendonça, convidaram-me para fazer uma peça para a entrada da sua biblioteca. Emanuel Gaspar foi o curador e Miguel Angelo Rocha foi também convidado a criar a sua própria peça para aquele espaço.
Em Dezembro de 2022, foi estreada a minha pintura sobre tela o homem de madeira (165 x 125cm), juntamente com a minha performance Pintura Cantada. A performance ativou com som e movimento essa imagem. A pintura relaciona-se com uma prática local secular de avisar as aldeias vizinhas da chegada de piratas, acendendo grandes pilhas de madeira no cimo dos montes. Ao longo dos tempos, essa prática fundiu-se com uma celebração católica realizada no final de agosto. Num dia específico (Santíssimo Sacramento) ao anoitecer, imagens de barcos, peixes e símbolos católicos, feitas à mão e em grande escala, são incendiadas nas grandes colinas que rodeiam a cidade. Machico é historicamente uma zona de pescadores. Cada desenho a arder, feito com bolas de trapos embebidas em óleo, é obra de um bairro específico. Um desses grupos está encarregado de acender com fogo um antigo caminho em ziguezague que sobe as colinas. No final, todos eles vêm correndo pelas encostas até ao centro da baía para observar o vale rodeado de imagens em chamas e para dar um mergulho no oceano.
Os Amigos da Biblioteca de Machico, encabeçados pelo Cardeal José Tolentino Mendonça, convidaram-me para fazer uma peça para a entrada da sua biblioteca. Emanuel Gaspar foi o curador e Miguel Angelo Rocha foi também convidado a criar a sua própria peça para aquele espaço.
Em Dezembro de 2022, foi estreada a minha pintura sobre tela o homem de madeira (165 x 125cm), juntamente com a minha performance Pintura Cantada. A performance ativou com som e movimento essa imagem. A pintura relaciona-se com uma prática local secular de avisar as aldeias vizinhas da chegada de piratas, acendendo grandes pilhas de madeira no cimo dos montes. Ao longo dos tempos, essa prática fundiu-se com uma celebração católica realizada no final de agosto. Num dia específico (Santíssimo Sacramento) ao anoitecer, imagens de barcos, peixes e símbolos católicos, feitas à mão e em grande escala, são incendiadas nas grandes colinas que rodeiam a cidade. Machico é historicamente uma zona de pescadores. Cada desenho a arder, feito com bolas de trapos embebidas em óleo, é obra de um bairro específico. Um desses grupos está encarregado de acender com fogo um antigo caminho em ziguezague que sobe as colinas. No final, todos eles vêm correndo pelas encostas até ao centro da baía para observar o vale rodeado de imagens em chamas e para dar um mergulho no oceano.
lost in the right direction, óleo sobre madeira, 2022
old people were also afraid of being alone when they were children,
óleo sobre fragmento de esquina de altar, 2022
óleo sobre fragmento de esquina de altar, 2022
exposição individual broken temple, unbreakable spirit, Galeria Monitor Roma, 2022
Ladies and Gentlemen, we are floating in space, óleo sobre fragmento de altar do início do Séc. XX, 2022
where we all come from, óleo sobre fragmento de altar do Séc.XVIII, 28 x 20 x 23 cm, 2022
amor centrípeto/amor centrífugo, óleo sobre madeira, 110x90 cm, 2021
meditação: a mulher de madeira
óleo sobre painel de madeira do sec. XVII rejeitado em restauro de capela madeirense dedicada a Nossa Senhora dos Anjos. A Vanda barnesii vem de Pedro Spínola, que cultiva centenas de variedades de orquídea no terraço da casa de sua avó no Funchal. A figura feminina (assim como todas as figuras do esboço em papel) vem de uma figura da Lapinha do Caseiro. A Lapinha do Caseiro é uma lapinha (nome local para o presépio) esculpida à mão em madeira no séc. XIX pelo caseiro Francisco Ferreira (bisavô do poeta Herberto Helder). 130 x 180cm, 2019
2019
óleo sobre painel de madeira do sec. XVII rejeitado em restauro de capela madeirense dedicada a Nossa Senhora dos Anjos. A Vanda barnesii vem de Pedro Spínola, que cultiva centenas de variedades de orquídea no terraço da casa de sua avó no Funchal. A figura feminina (assim como todas as figuras do esboço em papel) vem de uma figura da Lapinha do Caseiro. A Lapinha do Caseiro é uma lapinha (nome local para o presépio) esculpida à mão em madeira no séc. XIX pelo caseiro Francisco Ferreira (bisavô do poeta Herberto Helder). 130 x 180cm, 2019
2019
esboço inicial
à espera de nós mesmos, óleo sobre cabeceira de cama com 100 anos, 140x137, 2020
Paragraph. Clique aqui para
editar.
Paragraph. Clique aqui para
editar.
os modelos - apóstolos da Lapinha do Caseiro
Paragraph. Clique aqui para
editar.
editar.
templo restaurado, óleo sobre armário de madeira, 105x56x30 cm, 2020
Paragraph. Clique aq
ui para editar.
ui para editar.
exposição individual sete estrelo, Monitor Lisbon, 2020
agora sem truques, óleo sobre tabuleiro de damas, 29x38x8 cm, 2020
para editar.
para editar.
raíz dourada II, óleo sobre madeira, 130x90 cm, 2020
Paragraph. Clique aqui pa
ra editar.
ra editar.
luz das entranhas, acrílico sobre madeira e materiais diversos, 2019
finalizado ao vivo durante a Bienal Anozero'19 - Coimbra
finalizado ao vivo durante a Bienal Anozero'19 - Coimbra
\
Construído na cidade onde nasci, este altar-estante apresenta os eixos principais de uma cosmogonia pessoal: presenças fundadoras em baixo, presenças protectoras em cima, arquétipos femininos à esquerda e masculinos à direita. No centro, um quadro que mostra velhos marionetistas amadores a brincar na sua cave, uma imagem que liga todos estes eixos. Pinturas antigas minhas, formas de madeira e lenha estão arrumadas no meio de vários painéis de madeira criados especificamente para esta instalação.
fotografias: Jorge das Neves/CAPC, Bruno Lopes, Giorgio Benni, Catarina Pestana, Ricardo Félix/C.M.MAchico, Daniel V. Melim.